Maria Quitéria, a Heroína Feirense
Por Vitor Batista
Maria Quitéria, a heroína feirense, foi uma moça simples, com pouca instrução, porém inteligente e de compreensão rápida. Nasceu em uma fazenda, pertencente aos limites geográficos de Feira de Santana, onde nunca até então, havia conhecido uma grande cidade.
Um dia, porém, a futura heroína da Guerra da Independência, tocada pelo entusiasmo contagiante, que despertava em todos os corações brasileiros, o ideal da Independência, a fez sair da casa paterna e seguir até a Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira e ingressar no Batalhão Patriótico, que ali se formava, para combater pela separação de nosso País, de Portugal. De seu cunhado, toma roupas masculinas, a fim de disfarçar-se e ser admitida como soldado.
Nos combates, que se tornou parte de seu ideal de libertação, por tamanha coragem, atraiu para si, não só as atenções dos companheiros de batalhas, como do próprio comandante, que por inúmeras vezes teceu elogios.
O Brasil não teve em Quitéria, uma simples defensora, ela mostrou-se uma guerreira corajosa, destemida e inteligente.
Quando os Portugueses retornam a atacar Itaparica, ela defende essa Ilha com bravura e êxito, cabendo, quase somente, a Maria Quitéria, tão importante feito.
Em todas as batalhas travadas no Recôncavo da Bahia, Quitéria deixou vestígios imperecíveis e intrépidos, de quem lutou por uma causa de sua nação. Por todos os locais de batalha onde esteve Quitéria, levou consigo, a glória da mulher baiana, que soube lutar pela Independência da Pátria.
Terminando a guerra, foi até o Rio de Janeiro, ao encontro de D. Pedro I, levando a notícia que a Bahia é livre, as tropas opressoras já não pisam o solo Pátrio. O imperador reconhece os feitos heroicos de Quitéria, designando-lhes as honras e regalias de Alferes do Exército Brasileiro, colocando com suas próprias mãos, sobre o peito da heroína a insígnia da “Ordem Imperial do Cruzeiro”.
Retornando ao torrão natal, coberta de glória e honraria Maria Quitéria, traz a casa paterna, sua postura de mulher. A convivência com soldados de todos os modos, não interrompe a singeleza dos seus costumes, e por isso continua sua vida modesta, recatada de camponesa simples e humilde.
No entanto, esta mulher heroína, que tanto contribuiu para a Independência da Bahia e muito elevou a imagem da mulher brasileira, e que hoje é tão festejada e glorificada por seus feitos, morreu no dia 21 de agosto de 1853, quase que esquecida, estando em seu sepultamento apenas sua filha e o padre da freguesia.
Fonte: Vitor Batista