Salve Sant’Ana da Feira


29/07/2020

É com esse jargão, que os feirenses nascidos ou chegados, louvam a padroeira deste torram no agreste da Bahia. Feira de Santana surge como povoamento através da devoção, que aqui foi propagada por séculos. Tendo iniciado na Fazenda Olhos D’agua, onde foram elevados os primeiros louvores a Sacrossanta Avó de Jesus, e a São Domingos de Gusmão.

As narrativas contam, que Ana Brandoa e Domingos Barbosa de Araújo eram católicos e devotos dos santos onomásticos Sant’Ana e São Domingos. A devoção do casal extrapolou as cercas da fazenda, chagando a capela que foi construída em terreno doado pelo referido casal.  Ao redor da capela, as trocas de mercadorias aconteciam, as tropas de mulas passavam, seguindo os caminhos do sertão ao litoral, e a cidade assim nasceu, desenvolveu e tornou-se a grande metrópole que é.

Tudo ao redor da pequena capela, instalada no caminho para o Porto da Cachoeira.

A relação de Sant’Ana para com a cidade, não está apenas relacionada a devoção de Ana Brandoa, mas também, aos tropeiros que passavam com mercadorias. Os tropeiros, foram responsáveis por construção de diversas capelas dedicadas a Avó de Jesus, por todo Brasil.  Sant’Ana é invocada como protetora dos tropeiros, esse padroado, deriva do título de Sant’Ana como Caminhante, Passeante, como aquela que Guia. Essa invocação é predestinação para com Seu Neto, que é Caminho, Verdade, e Vida. Os tropeiros foram no passado os responsáveis por transportar as mercadorias. Nas proximidades com Feira de Santana, tiveram outras igrejas anterior ao século XIX, construídas em devoção a Sant’Ana, onde provavelmente foram rotas de passagem dos tropeiros. No município de São Gonçalo dos Campos, foi edificada a capela na localidade de Taquari, dedicada as Santas Mães, na cidade de Serrinha, uma Matriz, que se tornou Catedral, e em Tucano, onde preserva a diferença arquitetônica da Igreja, e a iconografia da padroeira.

Em Feira de Santana, com referência as pesquisas já desenvolvidas, a Padroeira percorreu quatro oratórios de devoção, estando em sua Igreja Catedral, de onde abençoa e protege os Feirenses. Como bem disse Georgina: “De Sant’Ana, és a filha querida, noite e dia por ela velada e teu povo tão cheio de vida, só trabalha por ver-te elevada.”

Vitor Batista dos Santos

Arqueólogo



Fonte: Vitor Batista