ALCOÓLICOS ANÔNIMOS


Quando visitamos grupos de Alcoólicos Anônimos (AA) ao ouvir seus depoimentos e testemunhos, louvamos a Deus pelas maravilhas, verdadeiros milagres, que esses grupos realizam.

É IMPORTANTE deixar claro que os Alcoólicos Anônimos não estão ligados a nenhuma confissão religiosa, nem exigem de seus associados alguma crença em particular. Entre eles, encontramos pessoas de diversas religiões, sem religião e ateus. Embora o programa de recuperação se baseie em determinados valores espirituais, cada um é respeitado em sua crença.
OS ALCOÓLICOS Anônimos têm um belo ideal e uma consciência clara dos próprios limites. Sua meta é ajudar aqueles que querem deixar de beber. Longe de montarem grandes organizações, mantém um mínimo de estrutura, distribuem as responsabilidades entre os próprios membros e evitam a acumulação de patrimônio. O grupo se mantém com as contribuições voluntárias dos que dele participam.
CRESCE, também, cada vez mais, a convicção de que o alcoolismo não é um vício, mas uma doença. O corpo, de algumas pessoas, tem uma particular reação ao álcool e elas acabam se tornando dependentes. Assim como um diabético não pode comer açúcar como os outros, da mesma forma, 10% dos que bebem, precisam evitar a bebida porque, caso contrário, entrarão num campo em que não mais serão donos dos próprios atos. 
A EXPERIÊNCIA tem demonstrado que, em situações assim, é difícil deixar de beber, sair dessa situação, sem ajuda de outras pessoas. Aí reside, justamente, a força dos Alcoólicos Anônimos. Em suas reuniões, recordando desafios e problemas, contando suas experiências e falando de suas vitórias, cada qual ajuda o companheiro. E, nesse processo de ajuda, também se ajudam, na linha daquele pensamento chinês: “Quem acende uma vela é o primeiro a ser iluminado por ela”.
NO TRABALHO com pessoas dependentes do álcool, a dificuldade maior será  sempre, convencer um doente-alcoólatra da importância dos Alcoólicos Anônimos. Isso porque o doente não consegue enxergar que a bebida está estragando sua vida e criando enorme sofrimento para as pessoas que ele mais ama: familiares e amigos. Nesse  caso, será importante a presença em sua vida de um “Simão Cirineu” – aquele que ajudou Jesus a levar sua cruz – um bom Samaritano.

Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
di.vianfs@ig.com.br



Fonte: Dom Itamar